Vem aí a Copa mais importante do Brasil.

Saem as bandeirinhas, vuvuzelas, programas esportivos vazios gastando tempo sem assunto. Entram as bandeirinhas, carros de som, horário eleitoral gratuito e obrigatório, herança de um período histórico que devemos superar, mas nunca esquecer.

Lá vem a chatice, você deve estar pensando. Sim, o processo eleitoral é tão chato quanto Argélia x Eslovênia ou Nova Zelândia x Eslováquia. Debates tão chatos quanto os narradores e comentaristas de futebol.

Mas você passou um mês vendo horas e horas de uma programação que nada mudou em sua vida. A chatice das eleições, por outro lado influencia na sua saúde, educação, mexe no seu bolso, na sua casa e no que você tem dentro dela.

Você tem que escalar apenas 5 jogadores, um time de futsal. Vai ter que jogar com eles até depois da próxima Copa. Aliás, até a próxima Copa estará na mão deles.

Não custa parar de fuçar no orkut ou facebook por cinco minutinhos do seu dia e fuçar a vida dos candidatos a presidente, governador, senador, deputado federal e deputado estadual. Aqui, o velho ”joga no Google” vale muito a pena. E use vários recursos: Web, Imagens, Notícias, Vídeos. Leia jornais concorrentes, assista canais diferentes de TV, ouça os comentaristas das rádios (cá entre nós, tudo isso você faz pela web, enquanto finge que está trabalhando).

Um alerta: não fique focado apenas na informação que sai dos escritórios dos publicitários das campanhas: muitos deles trabalham para um e votam em outro!

Por favor, evite os seguintes candidatos:

- larga-mandato: você mal votou no cara para vereador ou prefeito e ele, ambicioso demais, já quer ser promovido. Vai largar o mandato na metade, deixar um outro em quem você não votou assumir o posto e inventar outros projetos, pra trancar mais a vida da sua cidade.

- cigano: o sujeito muda de estado um ano antes das eleições. A cena política da cidade o recebe de braços abertos e cobre de honrarias. Qual será o motivo, hein?

- turista: já conferiu a lista de chamada da assembleia, câmara e senado? O mínimo do mínimo do mínimo que um eleito tem que fazer é comparecer, mesmo que seja apenas de corpo presente.

- ineficiente: na boa, o cara já tem não sei quantos mandatos e o máximo de lei que ele aprova é nome de  rua para garantir mais votos. É você quem faz a renovação que você cobra dos políticos.

- famosidades: cabe analisar caso a caso, mas vou generalizar. Não vote em alguém por ser “celebridade”, por ser bonitinho ou simpático. Se o cara passou a vida no palco e não tem mais nada de conteúdo, ele vai continuar buscando o que fez a vida inteira: aparecer.  Pra isso tem reality show e emissora ruim por aí.

- “humirde”: todo cidadão  tem que ser bem representado, sem discriminação. Mas você acha que o cara que não sabe nem falar vai conseguir aprovar alguma lei que faça sentido ou ser levado a sério pelas lideranças?

- vira-casaca: o cara toma passe no terreiro, banho de água benta do padre, unção e oração do pastor. Fala que ama e vai defender sua comunidade, sua igreja, sua rua, sem nunca ter passado nem perto. Te chama de irmão, querido, amado, prezado e te abraça como se morresse de saudades. Cai fora que é fria.

Faço aqui uma menção desonrosa:

- votou contra o ficha limpa: Quem não deve não teme, né?

E por favor, amigos. Eleição não é futebol e partido não é time! Não torça, não vote em cima do bolão das pesquisas. Escolha os melhores candidatos, assim não tem como perder.